Castelinho da Rua Apa em São Paulo



Dentre os diversos imóveis históricos abandonados na capital paulista, provavelmente nenhum outro provoque mais atenção e curiosidade da população como o famoso Castelinho da Rua Apa, cenário em 12 de maio de 1937, de um dos crimes mais inesquecíveis e misteriosos da história do Brasil moderno.
Exatamente nesta data, que depois de um grave bate-boca os irmãos Armando e Álvaro chegam a brigar fisicamente e trocar tiros. Mas poucos minutos antes da fatalidade acontecer a mãe deles, Maria Cândida dos Reis, teria aparecido para aplacar o bate-boca dos dois filhos, que já estavam apontando revólveres um para o outro. Foi nessa hora que a troca de disparos começou resultando na morte de Maria Cândida e de Armando e por fim com o suicídio de Álvaro.
Desde o trágico incidente todos os que ousaram a passar a noite no castelinho contaram ter testemunhado manifestações horripilantes.
O humorista Ankito (apontado como um dos cinco maiores astros das chanchadas) residiu no castelinho em 1944 e contou que era normal à noite escutar sons de passos nas escadas, as portas e janelas se abrirem e quando clareava o dia achar as torneiras abertas. Mesmo assim era um admirador da casa e dizia que não sentia medo mesmo perante desse eventos sobrenaturais. Depois Ankito se mudou outra família morou no castelinho por aproximadamente vinte anos, e da mesma forma contava aos vizinhos que escutavam passos e bastantes ruídos inexplicáveis, sem que tais manifestações os impossibilitassem de ficar na moradia.
Maria Eulalia (Fundadora do Clube de Mães do Brasil) também contou ter observado acontecimentos assustadores, como a figura de um rapaz dentro do castelinho, além de sentir que a residência tem uma energia negativa, que também a proíbe de obter pessoas animadas para reformá-lo.
Estranhamente Maria Eulalia  não conversa mais sobre esse conteúdo até hoje.
Será que essa dificuldade de conseguir reformar o castelinho poderia ser ação dos angustiados espíritos que teimam em continuar na propriedade? Complicado afirmar com certeza. 
O diretor e ator José Mojica Marins (o célebre Zé do Caixão) durante uma filmagem nos cômodos do castelinho passou por um início de acidente, devido a isso. os bombeiros precisaram derrubar todo o piso do andar superior do imóvel.
Será que Zé do Caixão, ícone do terror brasileiro teria sido vítima das entidades que ali se localizam.
Muitas pessoas que, durante a madrugada, transpõem a rua diante do castelinho narram escutar choros e barulhos parecidos com o de correntes sendo arrastadas provenientes de dentro da edificação.
Há pessoas que dizem que o ato louco de Álvaro ocorreu em decorrência de perseguições forçadas por seres malévolos que por lá estão, principalmente em razão do castelinho se localizar numa encruzilhada. Por isso existe a possibilidade de Álvaro ter tirado a vida de sua mãe e de seu irmão, e logo após ter se matado, por obra de espíritos obsessores.
Mas será mesmo Álvaro que cometeu esses assassinatos? Se não foi ele, quem?
Todos esses eventos sobrenaturais relatados poderiam ser obra dos fantasmas da família que até hoje continuam lá aprisionados? Eles ainda poderiam estar buscando a resposta que soluciona o crime que lhes extirpou a vida?
Pessoas que passaram por este local relatam que há uma energia lá dentro e outros falam que já viram um homem vestido de preto parado na janela. Poderia ser um dos irmãos? Mistério.
Até hoje ninguém sabe, ou não tem vontade de falar, o que ocorreu naquela noite de 12 de maio de 1937 e a explicação oficial indica Álvaro como sendo o autor dos crimes, embora muitos fatos ameacem essa explicação.
De toda maneira o castelinho permanece, entregue aos  seus espíritos e às suas recordações, mantendo dentro dele os mistérios que o fazem ser um dos locais mais assombrados da cidade se São Paulo.





Por: Christian Murta Peres




Segue abaixo uma reportagem do antigo programa Aqui Agora, do fim dos anos 80, sobre o Castelinho. A apresentação é de Jacinto Figueira Jr, o Homem do Sapato Branco:
















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