Palácio da UFRJ: Indícios De Um Hospício Do Século XIX

Dentre vários casos de assombrações no Brasil há o do Palácio Universitário, que é parte relevante do Campus da UFRJ da Praia Vermelha, localizado na zona sul da cidade do Rio de Janeiro.

Jéssica Cristina é auxiliar de serviços gerais do Palácio, diz ter bastante pavor de ficar sozinha no local durante a noite. Segundo ela já escutaram sons de tambor e passos. Ela relata também que viram uma noiva por lá. Como ela disse: ´´ Eu mesma nunca vi nada, mas já vi vultos. ``

A fama do Palácio de ser assombrada é comprovada pelo historiador e guia de turismo Milton Teixeira, que por muitos anos fez passeios por lugares comumente conhecidos por alojar fantasmas. Ele rememora que, por mais de um século, ali atuava um hospício. ´´É um prédio onde havia pessoas que sofreram``, informa o professor.

Segundo o ´´Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde``, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Palácio Universitário é uma obra construída no estilo neoclássico, sendo elaborada pelo engenheiro José Domingos Monteiro, que teve sua inspiração no Hospital de Chareton, localizado na França. A construção se prolongou por aproximadamente 10 anos, a partir do decreto que concebia o hospício, cuja data é de 18 de julho de 1841.

O Hospício Pedro II, como foi intitulado na época, foi inaugurado em 8 de dezembro de 1852, iniciou seus trabalhos com 144 pacientes. De acordo com a pesquisa da Fiocruz, nos primeiros meses de atividade do asilo, diversos pacientes faleceram devido às circunstâncias nocivas do lugar, apesar de muitos já entrarem enfermos à seção.

Entre outros pacientes loucos, houve o escritor Lima Barreto, que contou suas vivências em seu livro ´´Diários de hospício``.

O sanatório, que posteriormente foi denominado Hospício Nacional de Alienados, passou por dificuldades de incompetência administrativa e corrupção, encontrando-se quase em destroços em 1944, no momento em que suas atividades forma finalizadas. O imóvel foi cedido à Universidade do Brasil (atual UFRJ). No ano de 1949, o prédio foi recuperado.

Por: Christian Murta Peres